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Le Dulce - Estalagem Warren

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Mensagem  Lucius Qua 20 Jun 2012, 21:32

*Uma dor perene nas costas despertou Lori do que pareceu ser um longo sono, um eterno sono, mas logo ela lembrou que uma grande pedra havia caído sobre ela. Ela estava em um quarto de estalagem, aparentemente a Estalagem Warren onde ela havia comigo costelas pouco tempo atrás. Havia faixas ao redor de seu peito e um prato de pão e frios ao seu lado, sobre um criado mudo. Sentado no chão, adormecido de frente para a cama, estava Klaus, com suas roupas rasgadas em pequenos cortes, provavelmente causados pelo desmoronamento, mas inteiro. Foi então que Lori lembrou dos seus últimos segundos consciente: ela derrubou Klaus no chão e se jogou em cima dele quando viu a laje que estava caindo sobre eles.*


Última edição por Lucius_D em Sex 22 Jun 2012, 00:25, editado 1 vez(es)
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Mensagem  Lizie Qui 21 Jun 2012, 21:48

*Havia alguns anos desde que a eladrin conhecida como Lori Sankad sentia dificuldades em acordar e dormir, ambos traziam ao seu peito as coisas que decidira trancar e os objetivos que precisava alcançar debatiam-se e a fazia se sentir paralisada. Era apenas com o esforço e um desejo nunca pronunciado que abria os olhos e erguia-se da cama. Naquele dia em especial, levantar-se da cama significava algo diferente. Não estava em sua casa, nem em sua cidade. Sequer inteira, pensava com uma sensação de rigidez nos músculos e com a certeza de que seu cabelo estava cheio de pequenas pedras e areia. Acordar assim realmente retirava qualquer um de suas lamentações matinais.

E precisava mesmo disso? De rever tudo? Abrindo os olhos , olhava para o lado e observava que sim, precisava rever tudo... Ao menos naquele momento.

Rever a própria vida, as próprias decisões parecia uma dor estupida e desnecessária, mas era isso o que a fazia sentir forças para ir em frente, para lutar e para protege-lo.

Protege-lo... Permitia-se um suspiro de mofa consigo mesma e sentir pequenas pontadas que pareciam vir de suas costas e tossir dolorosamente e apenas ali, naquele quarto, admitia uma fraqueza e temia acorda-lo. A proteção para ele era diferente porque Klaus crescera e se tornara forte. A protegera, dera lições de morais em todos os momentos em que seu gênio infantil, aquele que so aparecia quando estava perto dele, surgia. E houvera mais... Muito mais. No final, suas costas sentiram o peso de sua decisão. E a cada pontada de dor havia um alivio e uma sensação de paz profunda.

Novamente sentia um pequeno sorriso de mofa surgir contra si mesma, pela própria paz, pela própria angustia. Anos de dedicação, de sacrifícios voluntários para voltar a ser a mesma infante exibicionista de antes, desejosa de ver seu “príncipe” a admira-la e so conseguira fazer papel de boba e perdera um tempo precioso , e quase a vida deles, ao parar para ajudar aquele vilarejo.

Se fosse outro momento, se soubesse do futuro, talvez a eladrin não tomasse o caminho que tomou. Talvez apenas tivesse ficado em casa e aprendido a ser uma boa moça, uma dama e uma maga minimamente capaz, alguem que seria útil, mas não essencial. Ao invés daquilo que era. Ambos tinham se afastado e se aproximado tantos anos depois, ela era a mesma, embora acreditasse que não, e ele era completamente diferente...
Arrependia-se e orgulhava-se ao mesmo tempo do que era , de quem era. Mas as escolhas pesavam a cada manha, como naquela, especialmente naquela. Em que ele estava tão próximo e tudo seria inesperado.

Seus movimentos era suaves e silenciosos como de toda eladrin e ,ignorando a dor das costas, as pontadas que pareciam prender suas pernas. Pegava um cobertor que estava na cama e caminhava ate ele, ajoelhando-se ao seu lado e o cobrindo.

General genial, guerreiro valente, um amigo de infância que não a esquecia...Um tolo que a conhecia como ninguem, que ja a vira nadar com vestidos claros sem importar-se com nada e nem tentara deitar-se ao seu lado. Queria rir-se de sua honra, mas so conseguia esticar com mais cuidado o tecido rustico sobre seu corpo adulto, não querendo acorda-lo e muito menos tocar em alguma ferida que poderia surgir.

Admitindo para si mesma que os anos haviam a confundindo e o clareado. Lori Sankad precisava decidir-se se veria a luz ou continuaria na escuridão.
Promessas não se quebrariam, uma vocação não seria abandonada...Mas poderia abdicar daquilo que era a sua vida? Suspirando para si mesma, sentou-se a frente dele e tomou seu tempo. Observou-o, decorou seus traços maduros e comparou-os aos infantis. Ninguem acrediraria que um dia o protegera. Nem ela mesma acreditava. Mas seus sentimentos não a confundiam como seus olhos, esse algo mais profundo o observava e não via os músculos, o queixo mais proeminente e nem as vestes rasgadas, sabia apenas que o calor era o mesmo e que na mais completa prisão dos sentidos ainda haveria de reconhecer o homem que amava.

O homem que não poderia ter mas que protegeria ate que o ultimo de seus anos, a ultima de suas forças e ate a mais cega lamina de sua espada, iria proteger e silenciosamente amar...*


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Mensagem  Lucius Qui 21 Jun 2012, 23:42

* Dez dias.

Faziam dez dias desde que a igreja desmoronou durante a batalha entre dois dragões nas bases do que um dia foi um templo sagrado da Chama Violeta. E Klaus estava lá.

A lembrança de Lori desequilibrando-o durante a fuga frenética lhe doía na alma mais que a fratura no braço direito, um preço muito barato perto do que foi pago pela eladrin que ele havia jurado a si mesmo um dia proteger. Mas, mais uma vez, ele havia sido salvo por ela. E quanta indignação isso lhe causava! Sentia vontades de orar para um Deus que nem tinha certeza que existia para pedir que tirasse sua vida em troca dos ferimentos que ela sofrera por ele, mas refreava seu desejo perante a respiração perene e o bater do coração daquela que ele havia aprendido a admirar e a agradecer. Sim, agradecer. Não importavam as discussões bobas, as brigas acaloradas, nem as humilhações sofridas. Por um sentimento maior do que ele mesmo, há muito tempo a vida deste eladrin havia sido dedicada a outra pessoa. Renegar essa pessoa agora seria a mesma coisa que renegar sua própria vida e tudo o que fez dela até hoje. Por essa pessoa, ele abandonou seus sonhos de se tornar um pacífico herbalista, um contemplador sereno das belezas da natureza, para se tornar o mais jovem General da história de sua comunidade. Mas não foi fácil.

A despeito do que possam pensar os desavisados perante alguém tão jovem sendo chamado de General, Klaus apenas foi capaz de conquistar as posições no exército eladrin através de muita coragem, ousadia e ferimentos pelo corpo. Perante a ameaça de uma horda de orcs, levantou-se o jovem garoto, cobrando de seus irmãos de armas a honra necessária para voltarem para seus lares com a cabeça erguida, fosse pela dignidade da vitória, ou pela maca mortuária. Enquanto seus irmãos de armas celebravam suas vitórias, Klaus estudava. Enquanto brincavam nas folgas, Klaus viajava com generais, aprendendo tudo o que podia sobre suas grandes lideranças. Enquanto vários soldados namoravam ou casavam, Klaus... Klaus olhava para as estrelas e tentava adivinhar qual o dia em que poderia voltar... não para casa. Voltar para vê-la. Mas somente poderia voltar quando estivesse pronto, quando seu mérito lhe concedesse o direito de ser chamado de General, e por isso ousou tudo. Quando todos temiam por suas vidas, Klaus temia pela vergonha de retornar como um fracassado.

Mas a ousadia e a coragem trouxeram inúmeras vezes a sombra da morte à sua frente, como a lembrá-lo que nem toda coragem e nem toda genialidade do mundo mudariam o fato de que ele não passava de um mortal. E o sombrio vulto da morte surgiu novamente, naquele templo despedaçado.

A realidade o esmagava. Para que lutara tanto? Para que treinara tanto? Apenas para andar com ela e vê-la abrindo mão da própria vida para protegê-lo? Que raios de homem ele havia se tornado? Protegendo-o... de novo. Desejara que a lesão no braço ainda fosse incapacitante, não apenas um inchaço como agora. Desejava perder um braço ou mais para não ser protegido de novo. Não, o problema não era seu orgulho ferido. O problema era vê-la inconsciente por dez dias.

Dez dias.

As lembranças do resgate eram sofridas demais. Lori com duas costelas quebradas, uma concussão na cabeça que a deixara inconsciente. Acima dele, dois dragões, dois malditos dragões sopravam nuvens de ácido mortais sobre os céus daquele vilarejo e ninguém ousava se aproximar para tirá-los dos escombros. A batalha durou alguns minutos que pareceram séculos, até que tudo silenciou. Algum tempo mais tarde, alguns moradores foram procurar por sobreviventes e Klaus chamou por eles. Viu Bastian ser retirado dos escombros com muito sangue pelo rosto, desacordado. Mas não viu mais ninguém, não permanecendo lá para verificar, pois foi levado às pressas para a estalagem, onde recebeu tratamento.

Essas lembranças o assolavam como terrível pesadelo, do qual não podia acordar, porque ao abrir os olhos a realidade o assaltaria. A realidade de Lori debilitada em sua cama.

Era isso o que imaginava.

A exaustão das noites mal dormidas podiam ter adormecido seus sentidos de soldado, mas, em seu repouso, ele percebeu que algo o cobria, mudando a temperatura de seu corpo, exposto à brisa da noite. Sentiu um peso nos ombros e percebeu finalmente que algo havia mudado no mundo real.

Ergueu a cabeça como acordando em um susto e parou com os olhos esbugalhados: ela estava sentada na frente dele. Ali estava ela, acordada, recuperada, olhando para ele. Ficou alguns segundos assim, surpreso, sem palavras, então fechou os olhos e sorriu. Percebendo o cobertor sobre os ombros, falou:*

- Desculpe por desapontá-la, mas não sinto mais frio como quando era menor. Há muito tempo tenho um calor maior dentro de mim. Mas, mudando de assunto... você não deveria estar na cama?

*Só Deus poderia saber a vontade quase incontrolável de agarrá-la pelos ombros e abraçá-la como quem se negasse a soltá-la novamente. Perguntou-se o que o detinha e a resposta foi hilária: orgulho. Orgulho de não dizer que sonhava com ela desde a infância, antes mesmo dela ser salva por aquele paladino da Chama Rubi, de dizer que a queria apenas para ele e que não permitiria que mais ninguém a tivesse. Orgulho... que absurdo! E quantos arrependimentos mais se permitiria na vida em nome deste maldito orgulho? Abandonou-o ali mesmo.

Klaus desvencilhou-se do cobertor e avançou sobre Lori, abraçando-a, enquanto tentava intermediar a dor que ela podia sentir e a dor de perdê-la que ia embora com aquele abraço. Mas não falou mais nada, não fez mais nada. Que ela fizesse alguma coisa. Por ele, por ele, ele ficaria assim para sempre.*

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Mensagem  Lizie Sex 22 Jun 2012, 00:45

*Havia algo reconfortante em estar sentada no chão frio durante a noite enquanto observava a pessoa que amava. Era a certeza do zelo, do cuidado. Não mais parecia estar cuidando, estava fazendo-o efetivamente. E embora isso parecesse mais algo de mais do que companheiras, Lori bem sabia que estava longe de nutrir algo puramente maternal por Klaus.

Mesmo quando aqueles olhos, que fechados estavam agora, eram grandes e quase ingênuos, com seus óculos grandes demais para o rosto. Já sabia, não era apenas amiga dele, mas fizera parecer isso por muitos anos.

E nesses muitos anos de experiência em combate sabia que um general não seria indiferente a algo assim, que seu sono leve e, sempre preparado ao combate encerrar-se-ia, e Kael a encontraria ali sentada. Pensou numa brincadeira, numa forma de tranquiliza-lo...Mas nada era necessário já haviam falado demais. Permitiu apenas que o silencio e a placidez daquele quarto de hotel falasse por ela, enquanto o recebia com um sorriso, confiante, brejeiro e ainda assim, num ponto em que ela tentava ocultar sem sucesso, estava o carinho.

Igual parecia ser a postura de Klaus, com sua frase novamente a lembrava de que passado era passado. De que era tudo diferente agora e fazia Lori sentir-se como uma tola por sentir-se jovem novamente, por sentir-se livre como a anos não era.

Um general, uma guerreira... Uma cama, um cobertor, um sofá...E o eterno abismo que parecia haver entre tudo isso.

Pensou em retrucar algo, cogitou ate mesmo em manda-lo se calar e apenas ficar com o cobertor e também analisou se teria coragem para ser ousada e chama-lo para a grande cama de casal.

Segundos, minutos. Uma eternidade de murmúrios sussurrados a travesseiros e a estrelas que percorriam o corpo da jovem enquanto o observava de seu chão duro e frio. Aja, Lori, fuja garota...

Ela, nada fez.

E surpreendentemente, o garoto tímido, o general com seus gritos poderosos, caiu-se a frente dela e a apertou...Em braços firmes e quentes. Nos braços dele. O que pensava?Porque a torturava?

E ela apenas pensou. Agora posso dormir de verdade, não fiz nada de errado dessa vez...E se eu acordar amanha ainda assim saberei que fui perdoada e poderei admitir pra mim mesma e a agir como uma eladrin deve agir.

Mas era tola e ele estava silencioso. Com o canto dos olhos admirava-se em ver seus cabelos loiro fazendo uma curva suave e fina nos braços escuros dele. Não se lembrava de um dia ter sido abraçada dessa forma por ele, mas sentiu-se pequena, realmente jovem , numa noite sem pesadelos flamejantes e sem nuvens escuras...Uma noite para escrever na terra...

Jovens demais. Um dia ouvira isso, que definição tola era essa. Ninguem era jovem demais. Para nada....

Cerrando os olhos, repousava seu queixo delicadamente sobre o ombro dele. Seus dedos finos e ainda assim tão calejados pela espada e pelo escudo, tímidos e temerosos de que seus sonhos sumissem ao menor toque, repousavam como um suspiro angustiado nas costas largas de Klaus.
Deveria separa-lo, deveria quebrar o clima...Mas so por hoje, Karitas, so por hoje, me deixe abraça-lo e ser por ele abracada. Apenas por hoje, paralise o tempo, expanda meus sentidos e me deixe lembrar ate dessa dor que massacra o corpo como mais uma lembrança do meu amado.
Káritas podia ate permitir, Lori Sankad já não podia. Sua mente cobrava uma ação rígida, cobrava uma postura que a mostrasse forte, capaz, por ele, para ele. Anos de prisão, anos de desespero, anos de luta que rejeitavam ate a mais desejada das caricias.

Em uma voz rouca e sem folego, enfim o respondia.*

- Ninguém é grande o suficiente para ignorar uma boa cama ou um bom cobertor...Não esta em batalha, Kael. E eu ainda não ocupo uma cama de casal inteira...*Sorria para si, deixando que a ponta de seus dedos descessem e subissem pelas costas másculas, demorando-se em cada pedaço rasgado de roupa que permitisse sentir a pele de Klaus*- Uma chama maior que te aquece...Eu também tenho, mas a minha me consome noites e dias...Eu durmo e acordo com ela, essa chama é quase maior que a minha vida...

*Imaginava se falavam da mesma coisa, se sentiam a mesma coisa. Se a chama era a mesma, se sofriam igualmente. Pensava nela quando dizia isso?Acreditava que sim, mas isso nao conseguia impedir a critica mordaz que dava para si mesma.

Ela poderia ser perdoada? Ela poderia enfim declarar os seus sentimentos?

Suspirou dolorosamente e afastou parte do corpo, fazendo com que os troncos se separassem e aquela curva de cabelo loira sumisse do braço escuro.Sim, agora as mechas claras e sedosas escorriam de seus ombros cobertos pela simples camisola que usava, a qual deixava transparecer um pedaço da bandagem que pegava todas as suas costas e uma parte de dos seus ombros e pescoço. Feminina, não guerreira, apenas feminina e os dois estavam naquele momento isolados de todo um mundo. Sua cidade, aquela cidade, as missões pareciam longe demais, nada importantes.Havia os dois apenas.

Lori pretendia afasta-los, precisava afasta-los. A cidade e a missão não estavam tão longe assim. Mas apenas conseguia pousar a própria testa na dele e observar aqueles olhos escuros. As mechas livres como ela propria escorriam da pousada das costas femininas e desciam para encontrar os braços de Klaus e cobrir os dedos que a abracavam. Estava inebriada pela presença e pela proximida de Klaus. Descuidada como uma guerreira satisfeita após uma batalha, demorava-se num contato perigoso demais, deixava que suas defesas baixas para comemorar a vitoria e sentir que fizera algo bom. Afinal, o protegera. Merecia aquilo, podia naquela noite perder-se nos braços quentes de seu eterno amor.*

- Dormi muito tempo ... *Murmurava mais para si mesma, numa tentativa desesperada de preencher o silencio com algo, enquanto tentava se lembrar se era para longe ou para perto os oculos que Klaus usava, se deveria chorar ali ou na cama. Qual a distancia certa para demonstrar aquela asfixiante sensação que a levava e a afastava dele ao mesmo tempo. Descuidada, guerreira descuidada que brandia um pendulo de lamina afiada no proprio peito, curvava-se mais, o corpo lançando-se para frente, deixava seus labios sentirem e saborearem a respiraçao quente dele e sua mão tatear o chão em busca do cobertor. Encontrando-o, o tecido grosso roçando em seus dedos , apoiava-o de forma a cobrir as costas dele e também envolverem o seu ombro. Uma cabana contra o mundo, contra dragões... Mas seu grande inimigo era interno e agitava-se.

O prendi, pensava aquela infante indomita dentro de si. O prendi com um tecido barato perto de mim e ele não mais sumira. Nem por dragões e nem por estudos. Mas por quanto tempo? Por quanto tempo poderia apenas fugir do mundo e isola-los com um tolo tecido?

Corra Lori, fuja Lori...E ela apenas os cobria melhor e fechava os olhos.*






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Mensagem  Lucius Sex 22 Jun 2012, 09:27

*No ímpeto de apertá-la contra o peito, queria arrebatá-la daquele mundo cruel e sofrido, onde a vida não era mais dela, mas do Mestre da Chama Rubi ao qual ela ingenuamente entregava sua espada ao serviço sem mesmo ser sua campeã sagrada. Sim, era isso! Como podia ter demorado tanto tempo para entender? Aquela jovem eladrin arteira, que gritava com garotos que maltratavam-no no passado, aquela sorridente menina que desbravava os campos verdejantes, cercados de maravilhas, cores, fadas e flores, Lori Sankad estava morta. À sua frente, envolvida em seus braços que pareciam ter se tornado mármore irremovível, estava outra mulher. Uma guerreira, uma criatura marcada de sangue e morte, de bravura e pavor, de heroísmo e derrota. O que fazer com essa impostora, que arrancou-lhe os sonhos de uma vida feliz e tranquila para lançá-lo nos bosques escuros onde habitam as sombras do mundo? Mas, mais importante do que isso, a despeito da indignação e do ódio que sentiu por todo o futuro roubado, por que apertava a impostora disposto a dar a vida por ela sem pensar duas vezes? Suas ponderações foram interrompidas por palavras. O mundo lá fora que Klaus tentava ignorar o chamava novamente.

- Ninguém é grande o suficiente para ignorar uma boa cama ou um bom cobertor...Não esta em batalha, Kael. E eu ainda não ocupo uma cama de casal inteira...*Sorria para si, deixando que a ponta de seus dedos descessem e subissem pelas costas másculas, demorando-se em cada pedaço rasgado de roupa que permitisse sentir a pele de Klaus*- Uma chama maior que te aquece...Eu também tenho, mas a minha me consome noites e dias...Eu durmo e acordo com ela, essa chama é quase maior que a minha vida...

Impostora. Maldita linda impostora. Como ousava chamá-lo simplesmente para a cama, deitar-se com ela? Como ousava ter o rosto de sua amada? Como ousava ter a pele macia sob seus braços naquele momento? Onde estava a dureza de sua armadura, de sua atitude repelente? Por que cedia naquele momento? E por que ele sentia um êxtase tão profundo ao percebê-la segurando em suas costas e buscando timidamente sua pele? Poderia ela ansiar por senti-lo, sem nunca admitir? Poderia a impostora, em meio aos gritos e discussões, guardar dentro dela a imagem intocada da idolatrada menina que ele amara, o primeiro de todos os amores? Isso era algo que valia a pena descobrir, a morrer tentando descobrir. Foi quando ela se moveu novamente.

Descuidada, guerreira descuidada que brandia um pendulo de lamina afiada no proprio peito, curvava-se mais, o corpo lançando-se para frente, deixava seus lábios sentirem e saborearem a respiração quente dele e sua mão tatear o chão em busca do cobertor.

Klaus sentia seu coração explodir a cada segundo que passava. Precisava descobrir se sua amada vivia ali dentro, precisava reunir toda sua coragem e enfrentar a impostora, desafiá-la a se expor, a defender sua dedicação religiosa, a destruí-la, se preciso fosse, para alcançar a menina de outros tempos. Rapidamente pensou em mil argumentos, mil frases de efeito psicológico, como aprendera a fazer, para reerguer ou para derrubar pessoas, mas, em um instante de imenso pesar, desistiu de todos eles. Deu-se conta de outra coisa. Erguendo o rosto que fitava a pele do pescoço de Lori, olhou-a no mais profundo dos olhos com uma determinação inabalável, profunda, que não admitia resistências, que não permitiria fugas. Não mais, não naquele momento.

Parou de planejar. “Danem-se a guerreira e o general, danem-se a honra e o orgulho, dane-se o medo pelo futuro. Dane-se o mundo.”

E voltando a abraçá-la forte contra o peito, buscou seus lábios, fechando os olhos e a beijou como desde sempre sonhara em beijá-la. Ela não era a mesma desde seus primeiros sonhos, mas isso não importava mais.

Porque descobrira que amava a impostora também.
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Mensagem  Lizie Sex 22 Jun 2012, 11:14

*Em pensamentos, em ações, o mundo de Lori era uma céu noturno povoado de estrelas, cujos pontos brilhantes não faziam uma forma, não ganhavam um significado ou formavam um símbolo. Não porque não houvesse um, mas porque era perigoso tê-lo, era ameaçador, como o sussurro de uma promessa, a qual parecia se perder no tempo e no vento, mas aprisionava irremediavelmente aquele que a pronunciava.

E ela fizera tantas promessas. Por que as pronunciara ao vento e não para ele? Por que para algo maior quando queria algo tão mais simples?

Porque a dor de perdê-lo era maior do que podia suportar. Porque não vê-lo era se impedir de acreditar que fizera a coisa certa. O cheiro dele, de suas roupas amassadas e rasgadas parecia contrastar com tudo o que jamais sentira e seu mundo se tornava ele.

Mesmo que nunca tivesse deixado de sê-lo. Mesmo que só à noite pudesse fazer isso. Seus olhos não viam se era claro ou escuro, estava em sua cama naquele momento, estava com ele. E isso parecia um sonho negado, um sonho proibido.

Proibido. Interdito, a realidade surgia, a alvorada nascia e ela estava nos braços da última pessoa que poderia estar. Sua missão, a missão dos dois, o futuro... Ela tinha de abrir os olhos e fechar novamente o coração.

Mas o monstro intenso não podia ser mais contido, era exigente e feroz como ela mesma. Eram esses sentimentos que a faziam guerrear daquela forma.

E esse corpo que guerreava começava a reclamar, a realidade começava a surgir, seus pés começavam a formigar e ela apenas podia agarrar-se desesperadamente àquela paz que vinha dos braços morenos e fortes que a apertavam. Tolamente, ainda sentindo-se menina por dentro, questionou-se se ainda o venceria em alguma prova física. Correria mais rápido? Nadaria mais agilmente? Mas algum dia quisera vencê-lo? Não, apenas quisera ser admirada.

Sentiu lágrimas melancólicas nublarem sua visão. Poderia ter se perdoado antes? Poderia ser perdoada agora? Poderia ser menina e novamente ser ingênua ao imaginar que aquele garoto tão inteligente gostaria dela? Mesmo sem conseguir manter os cabelos escovados ou compreender os textos antigos?

Afastava-se aos poucos, já sentindo uma alvorada que era apenas dentro de si surgindo, lembrando-a, reclamando-a. Erga-se guerreira, levante-se e deixe seu general descansar. Você está forte e pronta para a luta novamente. Recupere o tempo, avance pela estrada e cumpra sua missão.
Mas uma íris negra a esperava. Hipnotizou-a, como um mago, como um flor entregue secretamente dentro de um livro, como apenas Klaus poderia fazer. As lágrimas que a impediam de ver caíam, e ela conseguia ver claramente e tão perto de si um homem, cuja fúria era silenciosa, cujas palavras eram certeiras... e a cativava por apenas ser ele, pois não o conhecera feroz, apenas silencioso.

Mentalmente ela sussurrava para o menino dentro de si, enquanto observava o homem adulto na sua frente... “Me perdoe, me deixe dizer pra você o quanto te amo e então te mostrar que você pode me amar também, assim como te mostrei que poderíamos brincar juntos.”
Sua respiração saía forte, seus lábios entreabiam-se e sabia que estava perdida. Algo como intuição a avisava do perigo que veria, das exigências que aquele homem desconhecido e ainda assim o mesmo de seus sonhos, de suas manhas e noites perdidas em pensamentos, faria para ela. E a primeira delas era a mais difícil.

Seus lábios cerravam-se, querendo negar o contato, querendo impedi-lo, mas seu corpo pressionado contra o dele, estava fincado no chão. E se era uma linha fina que encontrava a princípio, aos poucos ganhavam contorno forte e macio, uma curvatura que sempre sorrira demais e um sopro quente, de um hálito feminino e matinal encontravam o masculino, exigente e forte, com respiração firme e tensa. Cativa, cativada.
Desperta Lori, desperta...

Chamas que a queimavam por dentro e a deixavam passiva naquele beijo. Ela que não era passiva frente a nada, que provocara aquela parada, que provocara tudo... Aceitando, não acreditando, descobrindo um mundo proibido e escuro naqueles lábios finos e incrivelmente macios, que uma boca silenciosa poderia roubar o seu ar de uma forma tão simples...

Chamas que aquecem a pele, uma mão que formigava e um espírito inquieto que pedia para agir... Agir, queimar, cheiro de queimado... Um rugido e sangue por todo o lado.

Promessas, culpas. Klaus era proibido, seu grande amor era errado, aquele beijo não podia ocorrer. Um segundo mais, um momento mais... NÃO!
Com uma força desnecessária, com o rosto ainda úmido e uma careta de dor, Lori afastava-se daquele homem que era seu sonho e sua realidade, seu general e seu amigo de infância.

Num sussurro ofegante e falho procurava as palavras para clarear tudo. Ela que nunca fora boa com as palavras com aquele que conhecia todas... Estava perdida... Mas ele precisava entender...

E estava assim, os cabelos loiros caindos sobre os ombros e cobrindo parcialmente a frente de sua camisola. Olhos grandes e atormentados, lábios comprimidos e um fogo que tornava sua pele avermelhada, um cobertor caído ao redor de ambos, como se delimitasse a arena em que os dois silenciosos apaixonados poderiam se enfrentar. Uma arena pequena, pois o feroz homem não permitiria uma esquiva, mas a trêmula mulher era igualmente feroz... O que sobreviveria dali? Quão forte seriam as palavras? Quantas chances haveria para fugir e para salvar?*

-... Eu caminho com o mundo nas costas, a espada na mão...e possivelmente morrerei longe de casa e sozinha, protegendo algo maior do que eu... Como posso morrer dessa forma... se... se eu sempre me lembrar, que, que eu... eu deixei alguém?... Ou como espera que eu prossiga se não for para proteger esse alguém... *Olhava-o feminina e sem vestes de guerra, indefesa e ao mesmo com uma figura maior a inflamá-la e a erguê-la, afastando-o dele e de si mesma.*- Se me beija... sabe disso? Sabe disso, Klaus? Sabe das noites, que eu, que nós, que...*Sua mão fechava-se e sentia os próprios calos, olhava-o com uma dor grande demais para aquele corpo, abrindo as mãos novamente, esticava o braço e agilmente pegava o cobertor e usando-o com instrumento, envolvendo as costas de Klaus e o puxava para perto de si, os lábios quase se encostando, quase se rendendo, quase esquecendo... Mas não podia. Nunca poderia...E sem soltar o cobertor, usava o próprio peito para empurrar Klaus e o deitar no chão, ficando parcialmente em cima dele, os cabelos loiros caindo ao redor do rosto dela e fechando-se próximo a face dele, tais mechas de cabelo dourado, como o próprio pensamento dela, espalhavam-se no chão frio e enrolavam-se em torno de seu proprio fio, um ciclo que parecia não ter fim, começa nela e acabava em solidão. Lori pressionava-o contra o chão da mesma forma que se sentia pressionada pelas escolhas que fizera.

- Eu sou um instrumento de algo maior, não sou apenas mulher, mesmo agora, mesmo sempre...Ka-Klau-general...eu...eu...


*Suspirava e o olhava incapaz de achar as palavras, haviam gestos que queria fazer, mas não havia palavras que pudessem expressar aquilo tudo...e então, apenas o olhava, de dentes cerrados, de lábios quentes e rubros a poucos centimentros dos lábios dele. Apenas a proximidade do quadril e dos troncos parecia exprimir o proibido, o sincero desejo de toca-lo, mesmo quando admitia que não podia fazê-lo. Uma contradição? Talvez fosse mesmo uma impostora que esquecia o que era falso e o era verdadeiro.*


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Le Dulce - Estalagem Warren Empty Re: Le Dulce - Estalagem Warren

Mensagem  Lucius Sex 22 Jun 2012, 19:42

Seus lábios cerravam-se, querendo negar o contato, querendo impedi-lo, mas seu corpo pressionado contra o dele estava fincado no chão. E se era uma linha fina que encontrava a princípio, aos poucos ganhava contorno forte e macio, uma curvatura que sempre sorrira demais e um sopro quente, de um hálito feminino e matinal encontravam o masculino, exigente e forte, com respiração firme e tensa. Cativa, cativada.
*Klaus percebeu que ela se encolheu, mas não se rebelou, surpresa, sem dúvida. Mas ele não podia recuar agora, não mais, então insistiu devagar e vou conquistando cada milímetro que a boca dela se abria, como a desbravá-la, impondo seu domínio por aquele terreno, por aqueles lábios, até que tudo foi tirado dele bruscamente.*

Com uma força desnecessária, com o rosto ainda úmido e uma careta de dor, Lori afastava-se daquele homem que era seu sonho e sua realidade, seu general e seu amigo de infância.

*Klaus tentou resistir ao empurrão, mas a força empregada superou seu preparo e afastado ele foi. Olhou-a em uma mistura de êxtase com medo. Êxtase por tê-la em seus braços. Medo de que fosse a última vez que a teria. Mas ela não gritou, nem brigou. Ela pareceu recuperar as forças, tentar se recompor para falar. Pensou em interrompê-la, em arrebatá-la, mas aqueles olhos sofridos, aquela voz que não vinha, a dor que ela parecia sentir despertou nele a compaixão pelos que agonizam no silêncio de suas almas. Ouviu.*

-... Eu caminho com o mundo nas costas, a espada na mão...e possivelmente morrerei longe de casa e sozinha, protegendo algo maior do que eu... Como posso morrer dessa forma... se... se eu sempre me lembrar, que, que eu... eu deixei alguém?... Ou como espera que eu prossiga se não for para proteger esse alguém... *Olhava-o feminina e sem vestes de guerra, indefesa e ao mesmo com uma figura maior a inflamá-la e a erguê-la, afastando-o dele e de si mesma.*- Se me beija... sabe disso? Sabe disso, Klaus? Sabe das noites, que eu, que nós, que...
*Palavras. Como as julgou estorvos neste momento. Mas percebeu que para Lori aquele estorvo era o peso maior de sua vida, a causa de todo seu sofrimento. Ali se apresentava o maior de todos os inimigos da felicidade daqueles dois: a ânsia desesperada de salvar os outros para tentar merecer a vida sacrificada por ela. E neste instante rápido relembrou que algumas vezes amaldiçoara o paladino da Chama Rubi que a salvara e morrera por isso. Quanta tolice. Ao paladino, ele tinha apenas a agradecer. Não, mais do que isso, para agradecer a vida que este guerreiro sagrado permitia a Klaus experimentar ao lado de sua amada, Klaus precisava segurar sua parte desse fardo também. Enquanto ela falava, sofrida, ele começou a sorrir, sorriso calmo e atento, sorriso singelo e sincero. Sorriso de quem ama.

Mas de repente ela o envolveu com o cobertor e o derrubou no chão ao lado da parede. Arregalou os olhos por um momento e ouviu as últimas palavras dela, sobre ele naquele momento.*

- Eu sou um instrumento de algo maior, não sou apenas mulher, mesmo agora, mesmo sempre...Ka-Klau-general...eu...eu...

*Klaus sorriu novamente e, comovido por aquelas lágrimas sinceras, levou lentamente a mão direita ao rosto úmido de Lori, limpando suas lágrimas, como se buscasse levar com elas as dores profundas no humilde coração de sua amada. E sorrindo, ele disse:*

- Eu entendi. Está tudo bem, Lori. Se você quer ser digna do sacrifício feito por aquele paladino, se pretende encarar todos os terrores deste mundo para salvar outros como você foi salva, a ponto de não se importar de morrer por isso, então eu vou carregar o mundo no seu lugar. A partir de hoje, se quiser ajudar o mundo, proteja-me, porque eu me tornarei o Guardião de Pandorah, Supremo Comandante de todos os exércitos, e enquanto um único guerreiro estiver ao meu comando, eu serei um General. Eu, Klaus Vestfallen, 12º descendente da Casa Twilight, neste momento, juro, em nome dos Anciões de Feywild, que protegerei o mundo, suas belezas... - *e acariciou com as costas das mãos a face rubra e quente da eladrin.* - ... e toda a vida que há para ser vivida, inclusive a sua vida, Lori. Eu lutarei até o fim para que você viva, plenamente, como todas as vidas merecem ser vividas, e não pela metade como tem sido, não desta forma que entristece aquele que te deu a chance de viver. Eu lutarei para que você seja inteira, e não apenas metade. Você nunca precisará se preocupar em deixar alguém para trás, porque eu vou estar ao seu lado quando você morrer. E nunca mais eu vou deixar você sozinha.

*Virando o corpo rapidamente, Klaus inverteu as posições, ficando agora ele sobre ela, e ajeitou os cabelos loiros para tirá-los do rosto dela, dizendo em seguida, com os olhos gentis e amorosos que finalmente se permitia ter perante ela:*

- E então, o que me diz agora, Lori Sankad? Nada do que você fizer pode mudar minha promessa aos Anciões. Suas únicas escolhas são me abandonar para sempre ou me proteger pelo bem da sua missão, pelo bem do mundo... pelo seu bem. Qual sua resposta, Lori?
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Le Dulce - Estalagem Warren Empty Re: Le Dulce - Estalagem Warren

Mensagem  Lizie Sáb 23 Jun 2012, 10:42

*Suspirava de forma cada vez mais pesada. Tamanha pressão e responsabilidade saindo de seu peito e ficando presa aos seus lábios. Falara mais do que devia, mais do que queria ou seria sabia dizer. O mundo não era justo com a fraqueza de ninguém e ao falar expusera-se, denunciara-se e agora? Como Klaus a olharia? Como poderia protege-lo sabendo que a veria como alguem fraca?

A vergonha por si mesma, pela vergonha que naquele momento era tão intensa que enrijecia seu corpo e seus reflexos a fazia ficar paralisada e olhar para Klaus sem realmente o enxergar. O que via era um futuro árido e sangrento, talvez ate suas palavras sumissem, afinal um paladino não precisava ser o mais loquaz dos companheiros...Uma taciturna eladrin, de missão em missão, de sacrifício por sacrifício, até o dia em que faria o sacrifício final...O de sua própria existência...

Perdida em seus desesperançados pensamentos, o sorriso amoroso de Klaus não era percebido por Lori, nem mesmo as lágrimas de revolta silenciosas que escorriam de seus olhos e molhavam o rosto dele eram sentidas. A vitoriosa eladrin novamente revia suas decisões aquela noite, seu erro egoísta e infantil, o paladino que os salvara e a quem devia não apenas a própria vida...mas duas, a separação forçada, uma menina que sonhara apenas em crescer o mais livremente possível e então tornara-se aquilo. Das brincadeiras de guerra, das briguinhas de criança, largara tudo e fora ao encontro das guerras de verdade, não por fama, não por glória, mas por um dever que sentia como unicamente seu.

Seu dever, o dever da Chama Rubra...

Mas todas as reminiscências sumiam quando sentia aquele toque e aquela voz a alcançava e Lori não compreendia o sorriso e muito menos a calma em sua voz. Ria-se dela? Ria-se de seus pensamentos e de seus objetivos? Kael jamais rira, mesmo quando falara as maiores bobagens, mas aquele ali era um general, na certa não deixaria passar erros assim.

Uma dor intensa a tomou e sem perceber direito, suas mãos apertavam o cobertos que tinha sob as mãos espalmadas e seus lábios febris cerravam-se com uma vergonha maior de si mesma. Mas atenta-se. Escute.

E escutava palavras que a redimiam para si mesma, que falavam em palavras bem formadas, como apenas aquele eladrin poderia dizer e perceber, o que sentira, resumindo em poucas palavras anos de pensamento, anos de motivação e mostrar que o sacrifício do primeiro paladino da Chama Rubra e o dela, não eram o final. E o mais incrível, ele, Klaus, que um dia tivera mãos tremulas e costas pequenas demais levaria o mundo por ela. Como? Porque? Seu corpo enrijecia-se e instintivamente afastava-se, procurando ar para respirar, afastando-se das mãos que retiravam sua concentração e daquele ar que a sufocava de sonhos mortos...

Para Klaus o sonho não estava morto, ele a libertaria de seu fardo e daria um outro. Não o dever de uma pessoa, seriam de duas. Duas... Os olhos da chorosa e corajosa guerreira aumentavam e o encaravam incrédula. Uma paz incomoda começando a tomar o seu peito a cada palavra dita, a liberdade de seus verdadeiros e antigos desejos. Mas com a teimosia que a tornava essa grande guerreira lutava contra a paz, contra ele...

Ou lutaria, senão tivesse na frente de si um algoz até mais impiedoso que o próprio destino e com uma promessa lancava-se para ela. Klaus comprometia-se com o mundo, com ela e restava a Lori apenas estar com ele, protege-lo e acompanha-lo em sua missão. Seus sacrifícios por único homem, que então unificaria os exércitos...

Era loucura, não podia ouvi-lo. Era o passado a relembrando de seus feitos enquanto esquecia os feitos que haviam feito naquela igreja. Ele crescera, mas temia deixa-lo crescer dentro de si e perceber que o que os separava era inseparável. Klaus sendo uma doce memória, um sonho inalcançável, uma promessa que a acalentava ao acordar e ao dormir era doloroso, mas incrivelmente suave, preenchendo e a saciando de todas as outras formas que passava.

O “inimigo” prosseguia ainda mais implacável e a tocava e a chamava novamente para ele. Outra lagrima escorria e encontrava uma mão tão calejada quanto a sua, dando-lhe calma e esperanças...Ao lado dele, em batalhas, na morte? Na vida também?

O que lhe dizia? Sacudindo a cabeça tentava reconhecer aonde estava, relembrar quem era, quem ele era. Como aquilo podia ser real? O seu amado protegia-a de seu próprio fardo? Ela jamais imaginara ou sonhara com isso, vira como saída alternativas que retirariam a honra dos dois e exatamente por isso se afastara.

Como se talvez percebesse o que ocorria, Klaus retirou-a de seu mundo. Inverteu-o e deu-lhe o chão como suporte, clareou sua visão a medida que as mechas loiras eram afastadas de seu rosto. Mas Lori apenas o olhava com a face ainda ligeiramente úmida, olhos arregalados e lábios afastados. Lutando contra o que ouvia, contra o que sentia. Não achando-se merecedora de tudo aquilo, não acreditando sequer que aquilo era real.

E como poderia? Estava deitada no chão, os braços flexionados para cima de forma que os punhos semicerrados estavam próximos a sua cabeça, as alças da camisola levemente frouxas expondo bandagens e pele alva de seus ombros e pescoço, as costas dando pontadas doloridas que a faziam querer gemer e se curvar para procurar uma posição melhor, suas pernas sentiam parcialmente a prisão exercida pelo corpo que estava acima do seu e seus pés sentiam frio.

Porque ele sussurrava promessas para ela? Que apenas pudera sussurra-las ao vento e para si mesma. E que olhos eram aqueles? Implacavel, alguma vez tivera chance? Se pretendera vencer de Klaus em algo, de ser admirada por ele, deveria te-lo feito no passado pensava, pois ele não a deixaria faze-lo agora.

E o que poderia responder? Qual era o certo?

Sua mente estava anestesiada e seu corpo colorido, havia apenas um anseio e deveria recusa-lo. Deveria buscar as forças para ser contra, para combate-lo e lembra-lo de que tudo era diferente, de que havia um mundo atrás daquela porta, que o corpo dela estava sempre coberto em armaduras e se haviam exércitos a serem guiados, era porque sempre haveriam guerras.

Deveria responde-lo, precisava responde-lo...Mas era tão errado faze-lo. Era tão inimaginável uma resposta que pudesse dar. A honra de seu amado e a sua felicidade dependiam daquela resposta e ela temia tanto o que poderia ocorrer.

Seria capaz? Ele realmente queria ela, que era tão fraca, ao lado dele? Sabia brandir uma espada, usar um escudo e ainda assim conseguia ser tão impulsiva e irresponsável.

Uma cega descobre o mundo pelo tato, alguem sem voz pela compreensão de que palavras não são tudo e alguém sem pernas que as distâncias são apenas mentais. E alguém que tem tudo isso? Que se sente assim? Como descobri suas possibilidades?
Lentamente, respondeu a si mesma. Muito lentamente, aprendendo a dar cada passo de uma vez... Ela não era mesmo boa com as palavras. Usara-as e ele as dominara, lancara-as de volta para ela e o que restava a ser feito?

Ainda doía o passado e a responsabilidade e essa mesma dor era envolvida por uma culpa imensa que a fazia julgar-se incapaz de aceitar algo tão grande assim. Movendo-se desajeitadamente, esticava primeiro os braços, com os quais segurava o ombro de Klaus. Servindo-se desse apoio escorregava o corpo para cima e sentava-se.

Agora, olhos a olhos, na mesma altura. Olhava-o pela primeira vez como um igual.

E de seus lábios avermelhados, surgia apenas um sussurro.*

- Kael Vestfallen...És injusto com seus inimigos da mesma forma que foi comigo? Não me da uma chance, não me deixa respirar e ainda me entrega sua honra. Que mulher seria eu se negasse a honra do meu amado? Luto comigo mesma e ainda assim sei que não devo nega-la a você. Me negaria a felicidade, me negaria a última gota de água na vida, de livre vontade, não apenas por meu dever, mas porque minha vida desde aquele dia não é mais minha... É da Chama Rubra e contra os dragões. Voce não me deu escolha, não me permitiu ser livre...Alguma vez te neguei isso? Livre a ponto de negar ou aceitar algo? Alguma vez...* O braço que estava nos ombros dele moveram-se inquietos, e a ponta dos dedos trêmulos tatearam sua extensão até chegarem ao pescoço, onde com as pontas finas, com a unha aparada mas ainda a raspar em sua pele, o massageavam. O tronco dela aproximava-se mais, misturando os hálitos, as lágrimas culpadas de seu próprio egoísmo voltando a verter lentamente de seus olhos claros.*- Alguma vez, fui tão exigente a ponto de lhe entregar minha vida e ainda perguntar se a aceita? Não é mais o menino que eu me apaixonei...E eu possuo mais força em meus braços, mais decisão em minha espada do que na frente desse homem que você se tornou. Me responda você, General Klaus Vestfallen. Aceitaria uma eladrin que se entrega facilmente? Que é forte em todas as batalhas, mas é frágil na presença de uma única pessoa...Eu cresci também, mas a cicatriz me fez frágil, a promessa passada me ensinou a ser dócil ao destino que vier a mim. Minhas batalhas só me tem como vencedora se não luto por mim. Aceitaria essa eladrin? Ou apenas se ela for forte em todos os momentos?

*Não era por injustiça que agia assim. Mas que soubesse daquele interior feminino cativo e fragilizado pelas lutas constantes, pelas memorias dolorosas. Que compreendesse a extensão do que lhe pedia e do que ela lhe entregaria se aceitasse.*

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Mensagem  Lucius Sáb 23 Jun 2012, 15:02

*Foi com surpresa que Klaus a viu se erguendo até ele. Teria ela uma escapatória de sua perfeita estratégia? Que mais armas secretas poderia possuir a alma daquela indômita eladrin? Olhou-a nos olhos com a consideração que ela merecia, não como sua amada, mas como honrada eladrin. Porém, quase a beijou quando ela disse “meu amado”. Quase.

E a ouviu com uma leve expressão de surpresa.

“Pelos Anciões! Eu não conheço uma única pessoa capaz de se esquivar do plano que fiz, mas ela ainda consegue me surpreender. Que teimosia mais perturbadora! Quanta dificuldade! Mas... mas acho que essa personalidade forte, que resiste e me surpreende, deve ser uma das coisas que me fez gostar dela. Gostar, não, amá-la.”

O tronco dela aproximava-se mais, misturando os hálitos, as lágrimas culpadas de seu próprio egoísmo voltando a verter lentamente de seus olhos claros

Klaus arregalou levemente os olhos quando ela aproximou a boca da dele. Temeu perder o raciocínio, no ímpeto poderoso de querer beijá-la, possuí-la por completo, de uma vez por todas, agora e para sempre, como dita a tradição eladrin dos casamentos: “O casamento é consumado não pela cerimônia, mas apenas na união dos corpos”.

”Não, não! Muito rápido. Não é hora pra isso agora. Ouça, Klaus! Ouça e vença-a! Conquiste-a de uma vez por todas! Ou desista para sempre!” – e neste momento recuperou sua serenidade, voltando ao rosto seu olhar respeitoso e gentil.

E a ouviu devolver a pergunta para ele! “Que saída perfeita! Quando não puder dar uma resposta, devolva a pergunta e sairá ileso da discussão. Foi o que pensou, Lori? Não, acho que não, mas, mesmo que tenha sido, eu agora vou lhe mostrar tudo o que eu guardei dentro de mim por todo esse tempo e que me tornou o que eu sou hoje.”

Klaus tirou gentilmente as mãos de Lori de sua nuca e ficou segurando-as entre as suas próprias mãos, então fechou os olhos – uma tática para vencer a tentação daqueles lábios e daquela camisola reveladora – e começou a dizer tranquilamente:*

- Não, eu nunca me uniria a uma mulher que se entregasse facilmente. Não há valor no que te dão sem que você faça por merecer. Não há valor em ter apenas um corpo ao seu lado. É preciso alma, alma e coração, e nenhuma destas duas coisas pode ser dada levianamente. E eu nunca conheci alguém que cercasse tanto o próprio coração como você, Lori, que não o entrega a ninguém, nem a quem diz amar. E se tem alguma coisa que eu aprendi como militar, Lori, é que não existem soldados perfeitos. Todos lutam por algo, cedem por algo, a própria vida ou a própria honra, e este algo é sua fraqueza. Mas, se este algo não existisse, eles não seriam capazes da metade das façanhas que temos registro, porque são submissos a algo e destemidos perante todo o resto. – e abriu os olhos para preencher os olhos dela. – Por isso, a minha resposta é “Sim”, Lori, eu aceito essa eladrin que é fraca perante mim, mas forte perante todo o resto. Eu te aceito em sua proposta... – nitidamente Klaus faz referência a propostas de noivado. – ... e prometo que suportarei o que vier de cabeça erguida, porque nada no mundo eu quero mais do que isso.

E neste momento, sua força de vontade se esgotou, exaurida pelo esforço mental, pelo calor do corpo dela junto do dele, pela boca próxima, e se permitiu, inconsciente, aproximar seus lábios dos dela, devagar como o cansaço de seu coração exigia, como aquele beijo que ansiava dar merecia ser apreciado. Devagar, aproximando-se.*
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Le Dulce - Estalagem Warren Empty [Quarto de Bastian]

Mensagem  Lucius Sáb 23 Jun 2012, 15:24

Dor, névoa, sombras enormes, aladas, escuridão. Bastian parecia estar em sombrio bosque do qual não achava o caminho para casa, para Sarya. Quando lembrou dela, uma árvore distante começou a brilhar uma leve luz esverdeada. Correu, aproximando-se, e viu sombras humanóides ao redor da grande árvore-mãe de Sarya, ameaçando-a. À frente da árvore estava Sarya, que sorriu ao ver Bastian se aproximando, mas ele notou que ela chorava.

"Bastian, meu querido Bastian! Eu queria... Eu queria vê-lo de novo. Bastian..."

Mas de repente as imagens começaram a desfocar e uma grande terrível dor o acordou. Sua cabeça parecia ter sido cortada de dentro para fora, mas a dor começou a sumir rapidamente.

Bastian abriu os olhos e viu que estava deitado, vestido apenas com calças e camisa de linho, em uma grande casa, uma estalagem, parecia. Ao lado da cama, uma leve luz esverdeada começava a sumir. Olhou para o lado e viu um lobo branco no centro de um círculo mágico de luz que havia lançado a luz da cura sobre seus ferimentos e curado a lesão que o havia colocado em coma, e o círculo sumiu sem deixar rastros.

O lobo branco possuía uma marca de lua crescente vermelha na testa, um brinco de pena de pardal na orelha direita, suas patas possuíam vários pequenos cortes, um pouco de sangue. Bastian podia dizer que aquele lobo havia corrido demais, sem parar, até que o cansaço lhe traísse os movimentos e se machucasse. Em seus olhos, ele expressava ter uma inteligência muito superior a qualquer lobo que ele tinha encontrado até hoje. E enquanto encarava aqueles olhos, Bastian ouviu uma voz feminina em sua mente:

"Finalmente o encontrei, Bastian. Seu cheiro é forte como Sarya disse que seria. Agora levante-se e vamos, Bastian. Sarya e todo o vilarejo eladrin podem morrer a qualquer momento. Onde está General Vestfallen? Preciso falar com ele também, agora."
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Mensagem  Lizie Sáb 23 Jun 2012, 20:24

*Nunca Lori sentira-se feminina. Mas aquele pequeno momento de surpresa de Klaus a fazia perceber algumas coisas, sobre si e a estranha posição em que ela estava. Onde estava a orgulhosa guerreira? O que fizera? Mas sera que não fora sempre assim?
Seu corpo mudara e ganhara formas, houvera uma época de elogios e de intenções, mas isso jamais significou alguma coisa. Sua mente não podia deter-se em algo além daquele momento. As mudanças em sua vida não eram tão importantes. Era um objetivo, um proposito a ser alcançado e uma causa a ser perseguida, isso sim era algo que a tomava por inteiro e ocultava todos os outros sentidos da vida.

Mas naquele momento, com o seu passado pesando sobre o ombro de duas pessoas. Após experimentar o beijo com o proibido e ser roubada de suas chances de fugas, a eladrin nem se lembrava, ou mostrava interesse em saber, onde poderiam estar suas armas ou sua armaduras Só sentia como uma lufada de ar fresco tocando sua pele e a fazendo suspirar , sentindo-se mais completa do que nunca, era como se pudesse ver e sentir de forma mais ampla do que antes.

Permitia-se ate um pequeno sorriso enquanto o via se concentrar, quase podia ver quão rapidamente pensava, avalia a resposta, afinal era mais simples imaginar isso que pensar na resposta que receberia, bem poderia ser ignorada dessa vez, poderia ser recusada definitivamente, seria um alivio mas igualmente uma grande magoa.

Não. O melhor era pensar em outra coisa, como no curioso fato de que um gênio em combate escolhera a mais geniosa guerreira que a cidades deles criara? Haveria um pouco de destino nisso? Não soube responder e nem arriscou-se a pensar também. Apenas olhou-o atentamente, sentindo a ansiedade aumentar a medida que o silêncio se prolongava e especialmente quando a sorria amoroso e gentil, viu ali a crueldade do oponente que tem a certeza da resposta e exatamente por isso se mostra benevolente. Quando suas mãos foram afastadas do pescoço dele e seguras em sua mão, temeu que chegara o fim daquele sonho, que as armas teriam de voltar ao seu corpo, aqueles sentimentos recém-expressos teriam de ser ocultos... Sim, era o fim...

Suspirava novamente tensa, engolindo em seco e esperando a sentença de morte,o corpo enrijecido e o olhar esquivando-se do dele a principio, mas depois voltando, gravando na mente aquele momento. O chão nunca lhe parecera tão frio e as algemas de suas promessas mais pesadas. Havia um fim e as lágrimas pareciam ter secado, sentia-se seca a cada novo momento de silêncio e daquela resposta que parecia não fazer sentido.
Nunca se achara estudiosa o suficiente para compreender o que era uma introdução, que ideias pediam um principio que retomava a tudo e por isso, o observava estupefata e cada vez mais aquecida a medida que o ouvia e percebia que existia um meio termo. Existia paz em meio a tantas culpas e proibições.

E existia...Um pedido...Não, uma confirmação. A mão que segurava a de Klaus apertava-a intensamente ao perceber a seriedade do que ouvia. Não era calor do momento, não era impensado, aquele general não sabia fazer movimentos que não fizessem o sucesso. Aqueles olhos que contemplavam os seus a asseguravam isso. O sucesso, o noivado dos dois...A espera enfim acabara.

O passado ganhava um novo sentido, a viagem não era mais um sacrifício por estar ao lado dele, por ve-lo em perigo. Protegeria a Klaus e juntos conseguiriam seguir para o caminho grandioso que fora visto, alias, para impedir o caminho de catástrofe que haviam previsto.

Uma união real, não ousou olhar para a cama e pensar nela, no que significava estarem sozinhos naquele momento e o que isso poderia significar o que poderia ocorrer. Não ligava sinceramente para as cerimonias e para os ritos, mas impulsivamente, como sempre o fora, queria correr e concretizar aquele sonho, fazer primeiro, arrepender-se depois.

Só que dessa vez, com ele, queria fazer direito. Faria diferentemente, esperaria o tempo ideal. Depois de tantos anos passando-se em sonhos apenas, percebia que a realidade era maior e a alcançava com uma força nunca imaginada.

E aquele corpo aproximando-se do seu era melhor do que qualquer imagem. Lori sorria daquele modo tão seu, e ainda assim, tão diferente do habitual, havia amor e entrega ali. A fragilidade aceita e que existia perante apenas aquele eladrin, forte, ela sabia, mas vira naquele dia muitos aspectos diferentes e sabia que precisaria ser forte entre os dois também, pois Klaus enfrentaria problemas, talvez ate sentisse duvidas. Conforto não era tudo o que poderia haver da parte dela entre os dois.

Ela era teimosa, impetuosa demais para ser algo menos... Oferecer algo menos.

E se os lábios de Klaus aproximavam-se lentamente, dando a ela tempo de pensar, de decidir-se realmente. Lori pensava em guia-lo ate si, facilitar aquele caminho. Mas queria ser conquistada e cativada, sentir-se desejada, e com uma malicia que não costumava mostrar, esticava seus lábios num pequeno sorriso, deixando os calafrios percorrerem o seu corpo e a fazendo sentir-se de um modo que era impossível descrever em palavras. Apenas conseguia suspirar e sussurrar para si, para ele e para o nada.

- Eu jamais pensei que poderia, que haveria...que sentiria...Kael, somos noivos e eu nunca achei que encontraria essa felicidade. Não me faça passar mais segundos falando quando quero apenas apagar os anos, mudar os sonhos, pois os que tive agora, estão se tornando realidade. Reduza logo esse tempo todo entre nós dois e me deixe saborear o que não é um beijo de punição, de desculpas, de impulso...Não! Agora podem haver quantos impulsos entre nós dois que quisermos...

* Entrelaçando os dedos aos dele, apenas curvava ligeiramente a face para frente diminuindo o contato, os olhos entreabertos a admirar a face amada por mais tempo, ou pretendia. A demora parecia tanta que simplesmente lançava o rosto para frente e roubava os lábios daquele general. Até mais, menino tímido que amei, menina que fui. O mundo adulto envolvia mais riscos, mais alegria e, sem dúvida, mais realidades do que imaginara nesses tempos todos.*

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Mensagem  Lucius Sáb 23 Jun 2012, 22:52

Quando estava se aproximando, sem forças para pensar, planejar ou resistir, o som de palavras eram ouvidas novamente. E, para seu temor, seu movimento foi impedido. Abriu os olhos, algo atordoado, algo sofrido. Mais... ele precisaria suportar mais um pouco. Mas não tinha forças, tudo havia dado de si. Não restavam mais argumentos, estratégias, ânimos, mais nada. Restou apenas a expressão que acordava para o mundo e que teria que ouvir a resposta final daquela que até ali amara mais do que todos os ingênuos sonhos de sua infância, aquela por quem tudo sacrificara para tê-la. Lutou por se concentrar nas palavras, nos seus significados... e mal pôde acreditar quando ouviu as tão ansiadas palavras “somos noivos”. Seus olhos quase fechados foram se abrindo devagar em espanto, um brilho desaparecido retomando seu espaço naqueles olhos que tantos horrores de batalhas haviam presenciado, mas que naquele momento vislumbravam a recompensa dos soldados que voltavam para casa, aquilo pelo o que lutavam com maior brilho nos olhos: a família. Lori se tornaria sua família, sua esposa, após um ano da cerimônia de noivado, conforme a prática costumeira dos eladrins. Algo desnecessário, todos sabiam, porque uma noite juntos seria suficiente para unir suas vidas para todo o sempre, pelos costumes dos Antigos. Mas não teve tempo de pensar mais, pois ela veio para beijá-lo, ansiosa por ele, como ele sempre fora ansioso por ela até ali.

Tomado de um profundo sentimento que nem mesmo sabia possuir dentro de si, de um fardo que preferia ignorar o peso que possuía em sua vida, Klaus a abraçou forte, esquecendo por instantes das lesões que ela possuía, mas, ao perceber em seguida, aliviou o abraço para percorrer suas costas, como se quisesse ter certeza de que ela estava ali, de que era real, para percorrê-la por completo, enquanto a beijava com vontade, com anseios de deixar suas marcas naqueles lábios e língua, de tomá-los para si, de tê-la por inteiro. Foi com assombro paralisante que percebeu suas mãos levantando a insolente camisola que estava no caminho de suas mãos.

Abriu os olhos e a olhou, surpreso como alguém que pisa no pé de alguém sem querer, buscando uma reação, uma expressão que fosse para que parasse, para que pensasse. Ferida, recém acordada de dias inconsciente, arrebatada pelo coração, vencida por suas palavras. Quanto mais podia exigir daquela alma cansada e sofrida, daquele corpo ferido e exausto? O que ele estava pensando, entregando-se daquela forma aos seus instintivos desejos? Ela merecia mais do que um quarto de taverna, dores no corpo e um chão frio. O que diabos estava fazendo?

Beijou-a de novo, para não deixá-la ainda mais constrangida por seu olhar, mas foi diminuindo o ritmo do beijo, algo mais carinhoso e menos apaixonado, até que afastou a boca, mantendo a testa tocando a dela, e, depois de recuperar um pouco o fôlego, disse:

- Você... Você precisa repousar. Acordou há pouco tempo de um sono de dez dias. Você precisa voltar pra cama.

E manifestou sua intenção de pegá-la no colo e repousá-la sobre a cama, se permitisse.
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Mensagem  Fabricix Dom 24 Jun 2012, 01:25

Bastian desvia os olhos do lobo enquanto pensava em tudo que tinha visto... Sonhos era uma forma de deus falar com os mortais, muitas vezes para dar avisos... Parecia ser o caso. E Sarya... Sempre pensara em acabar rapido com esta viagem para retornar a presença dela e tudo pareceu ter terminado com aquele desabamento... E aqueles malditos dragões. Pela força da chama verde retornara a vida e agora viveria para vê-la outra vez.

Olhava o lobo novamente e com mais atenção... Seria este o companheiro animal de Sarya? Ou apenas um mensageiro? Fosse quem fosse, o aviso estava dado e devia responder ao chamado. Olhava para o belo animal e dirigia-se a ele:

- Eu vi sobre Sarya e o vilarejo... Desconheço o paradeiro dos eladrins desde o incidente no templo... Mas prefiro acreditar que sobreviveram ao desabamento. Vou atras deles e em seguida me porei a caminho.

Sem perder mais tempo, Bastian levanta da cama e procura suas armas e seus pertences pelo quarto. Estando eles ali ou não em seguida sai do quarto e procura pelo estalajadeiro para obter informações sobre os acontecimentos posteriores ao seu sono forçado.

"Aguente só mais um pouco Sarya... Estou voltando para ti..."


Última edição por Fabricix em Dom 24 Jun 2012, 11:09, editado 1 vez(es)
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Le Dulce - Estalagem Warren Empty Re: Le Dulce - Estalagem Warren

Mensagem  Lucius Dom 24 Jun 2012, 09:10

Bastian escreveu:- Eu vi sobre Sarya e o vilarejo... Desconheço o paradeiro dos eladrins desde o incidente no templo... Mas prefiro acreditar que sobreviveram ao desabamento. Vou atras deles e em seguida me porei a caminho.


A loba pareceu franzir as sobrancelhas quando Bastian disse ter visto o vilarejo. Quando ele terminou de falar, ela o olhou com preocupação e sua voz se fez ouvir de novo em sua mente, aflita:

"De-Desabamento? Quer dizer que ele pode estar morto?"


Ela virou a cabeça em direção à porta, entreaberta.

"Mas... mas eu estou farejando um eladrin, talvez dois. Arme-se enquanto eu vou dar uma olhada."


Quando ela deu um passo em direção à porta, porém, ela parou com expressão de dor, tirando a pata do chão, levemente. Olhou para os machucados e os lambeu por alguns segundos. Tentou dar mais um passo, e a dor a assaltou novamente. Abaixou a cabeça, ressentida, mas diante da provavel necessidade de abrir uma porta novamente, ela começou a crescer de tamanho e ficar em duas patas... ou pernas. Ela assumiu uma forma humanóide, quase humana, não fosse a permanência do seu rabo de lobo branco e as orelhas peludas na cabeça. Vestia uma Hide Armor de couro de lobo branco, um cinto de bolsos na cintura, seu cabelo branco volumoso e comprido se alongava até a cintura, onde carregava um cetro de osso, um totem onde estavam entalhadas várias cabeças de lobo. No pescoço, um colar de presas que possuía um rubi no centro, à frente dos seios fartos. Sua pele clara marcada pela poeira da estrada, e suas mãos avermelhadas por vários cortes. Olhou-os por alguns segundos, ressentida, mas então seguiu em frente até o quarto de onde podia sentir o cheiro suave do suor dos eladrins.

Olhando melhor para o quarto, Bastian enxerga um baú de madeira aos pés da sua cama. Abrindo-o, encontra sua armadura e pertences. Suas armas estão sobre a mesa do quarto, na parede oposta à cama. Em dois minutos ele deve ficar pronto, se começar a se arrumar agora.

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Mensagem  Fabricix Dom 24 Jun 2012, 11:07

Bastian ansiava por partir de encontro a floresta eladrin e pôs a se arrumar assim que viu o baú. Expressou uma leve surpresa pela transformação da loba na hibrida, mas sabia que existia seres assim naquela floresta repleta de magia... Mas pensava o quanto grave devia ser a situação para que esta bela criatura se deslocasse até aqui a ponto de se machucar daquele jeito. Pensava em dizer para descansar e tratar suas feridas, porém Bastian era orgulhoso... O suficiente para não sugerir a criatura descansar e não cumprir sua missão.

- Disse cheiros de dois eladrins? Klaus deve estar vivo... Lori, a guerreira cabeça dura deve ter servido de teto para ele e então ambos sobreviveram...

Bastian não consegue evitar um sorriso leve, pelos camaradas vivos e pela piada que jamais contaria a eles...

- Ja irei atrás de ti... Tens um nome? Ou chama-la de Loba branca é o suficiente?

Bastian irá terminar de preparar-se e seguir a Loba branca até ela acredita estar os Eladrins.
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Mensagem  Lizie Dom 24 Jun 2012, 14:07

*Lori começava a achar engraçada a expressividade com que Klaus recebia cada palavra sua, fechava os olhos, abria-os surpresos e então parecia se concentrar fervorosamente em alguma coisa. Perguntava-se se Klaus escutava o que os outros diziam quando estava tão concentrado.

Mas, naquele momento, essa era a última coisa que lembrava ou parecia ser importante. Haveria tempo, longo com alguma sorte, para olhá-lo silenciosamente. Um silêncio diferente que ocorria agora, em que os lábios de ambos se encontravam e parecia que uma nova estação se iniciava em suas vidas. Uma que havia um nós. Os deveres continuariam, as promessas prosseguiriam seu caminho e ambos ainda marchariam de encontro ao perigo e sabia com a arrogância impetuosa que lhe era peculiar que venceriam todas as batalhas que encontrariam.

Especialmente porque estavam ao lado um do outro.

Sem sentir o frio que parecia preencher o quarto como um presságio ruim ou as pernas que se enrijeciam naquela posição, Lori se entregava aquele beijo com a mesma paixão com a qual brandia sua espada. Pressionava os lábios de Klaus e então cedia os seus próprios como se fosse submissa a algo. A força do abraço a fazia querer rir, mais do que gemer. Não sentia dor alguma, mal estar algum. O futuro e o passado estavam fora daquele quarto, além daquela janela. Encontravam-se num mundo que não permitiria aos dois encontrarem paz e ela precisava dessa paz, mais que isso, ela queria dar paz aquele eladrin.

Era apenas uma lufada de ar diferente, mais íntima, que a fazia abrir os olhos lentamente e encontrar os dele, surpresos. Como se fosse combinado, seguia aquele olhar e via o tecido claro e delicado seguro entre os dedos de seu amado. Soube que corava quando suas faces queimaram. Uma donzela ainda, mesmo que uma donzela impulsiva, a qual se permitia sorrir sem graça para o noivo que tinha a frente, noivo há poucos minutos e, se continuasse assim, marido em poucas horas.

Deveria afastá-lo? Deveria aproximá-lo? Não queria esperar um ano, por mais rápido que fosse, se poderia ser ali. Não seria aquela cidade, aquela estalagem ou mesmo a quantidade de bandagens e feridas que pudesse ter que a afastariam dele. Mas a expressão de espanto de Klaus a fez arquear as sobrancelhas, divertida e surpresa, e, como era comum aos velhos amigos, pressionava os lábios para que sua risada rouca e deliciada, como se sentia naquele momento, escapasse e pudesse constrangê-lo. Seu glorioso e genial general, que agia como um menino afobado naquele momento, que a fazia perceber que retrocederia, que negaria seus impulsos antes de algo mais sério ocorresse... Mesmo que esse “algo mais sério” nem tivesse se iniciado direito.

Recebia o beijo rápido com ardor, lutando contra a diminuição de intensidade, contra a mostra de que aquele momento entre os dois teria de terminar amanhã. Uma chama de uma alegre menina fora revivida e não se sentia disposta a deixá-la para trás, mesmo que soubesse em algum ponto que poderia feri-lo com sua diversão, mesmo sabendo que se prosseguisse poderia reabrir as feridas que estavam marcadas nos ombros dos dois, fruto do último encontro com dragões.

Não, que as chamas amaldiçoadas dos dragões ficassem fora daquele quarto. Que as flores queimadas permanecessem flores, para que homens e mulheres pudessem ser o que eram e os sentimentos pudessem seguir o fluxo natural que possuíam na vida.

Mas era incapaz de impedi-lo e, ao termino do beijo, soltava o ar lentamente e então deixava sua risada surgir, baixa, sibilante entre dor e diversão. Os olhos cerrados, mas com a imagem do espanto de Klaus gravada em sua mente quando percebera que erguia sua camisola.

Com a testa encostada a dele, depositava beijos rápidos, provocando-o para si, enquanto o respondia lentamente, sem pressa alguma de voltar para a escuridão dos seus sonhos quando a realidade parecia tão mais quente.*

- Então foi tudo isso? Dez dias. Mas, depois de tanto tempo adormecida, meu espírito e meu corpo já repousaram mais do que o suficiente, repousaram por uma infância inteira... E você, cuidou-se? Suas vestes sugerem que ainda se machucou muito.

*Ignorava a boa intenção dele de pegá-la no colo, mantendo-se sentada no chão e o olhando malandra e convidativa, com um brilho apaixonado e juvenil. Ninguém acreditaria em quantos feridos podia fazer em uma batalha ao vê-la naquele momento. Os lábios puxados num sorrisinho de lado, as mãos espalmadas no chão e pousadas firmemente ao lado de seu quadril. Não, não havia cansaço ou a necessidade de descanso. Mais parecia pronta para uma nova batalha e, pela postura voltada para Klaus, não parecia propensa a deixá-lo se orgulhar de sua honra e firmeza, de suas boas intenções e cuidados amorosos. Aventurar-se, desvendar, agir com os impulsos que ele sempre continha, mas que Lori sempre soubera existir, mesmo que por baixo de tanta nobreza, aliás, mesmo antes que pudesse ser sonhado que aquele menino tímido e de óculos seria alguém poderoso, que haveria temor e respeito ao pronunciar o nome de Klaus Vestfallen da Casa de Twilight, ele agia como uma nobreza de intenções e sentimentos que o impediam de apenas seguir brincadeiras que julgasse errado, ou mesmo de insistir na sua própria diversão se havia outro mais desesperado. Nunca antes ele soubera colocar seus desejos em primeiro lugar. Mesmo que isso fosse visto como uma característica da infância, que se perdia quando se assumia responsabilidades e que especialmente deveria ser ignorada quando se assumia uma noiva, Lori insistiria em mostrar ao eladrin de seu coração que algumas vezes, especialmente com ela, não havia problema em ser um pouco menos nobre do que o esperado.*

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Mensagem  Lucius Dom 24 Jun 2012, 17:32

Fabricix escreveu:- Ja irei atrás de ti... Tens um nome? Ou chama-la de Loba branca é o suficiente?

Bastian irá terminar de preparar-se e seguir a Loba branca até ela acredita estar os Eladrins.


Antes de sair do quarto, ela virou o rosto de lado, para Bastian, e disse, sem emoção:

- Eu me chamo Luna. É bom lembrar disso. Arrume-se enquanto eu vou dar uma olhada em outro quarto. Não temos tempo a perder.

E saiu andando, deixando Bastian tomar os dois minutos que precisava para se arrumar.

Lizie escreveu:

Era apenas uma lufada de ar diferente, mais íntima, que a fazia abrir os olhos lentamente e encontrar os dele, surpresos. Como se fosse combinado, seguia aquele olhar e via o tecido claro e delicado seguro entre os dedos de seu amado. Soube que corava quando suas faces queimaram. Uma donzela ainda, mesmo que uma donzela impulsiva, a qual se permitia sorrir sem graça para o noivo que tinha a frente, noivo há poucos minutos e, se continuasse assim, marido em poucas horas.
...
Mas a expressão de espanto de Klaus a fez arquear as sobrancelhas, divertida e surpresa, e, como era comum aos velhos amigos, pressionava os lábios para que sua risada rouca e deliciada, como se sentia naquele momento, escapasse e pudesse constrangê-lo.

Klaus ficou ainda mais vermelho ao vê-la rindo dele, da sua pressa, mas entendeu que ela lhe ria para brincar com ele, rir de sua afobação, tão diferente de seu habitual. Permitiu-se rir levemente para ela antes de retomar os beijos que iria diminuir de intensidade.

Lizie escreveu:Recebia o beijo rápido com ardor, lutando contra a diminuição de intensidade, contra a mostra de que aquele momento entre os dois teria de terminar amanhã.

Klaus acompanhou por um tempo a ânsia dela continuar, o que o abalou um pouco mais pois teve a impressão de que não havia apenas vontade de beijar os beijos de todos os anos separados. Teve a impressão de que ela queria "algo mais sério" imediatamente. Mas, vencendo seus impulsos, separou os lábios dos dela... por dois segundos.

Lizie escreveu:Com a testa encostada a dele, depositava beijos rápidos, provocando-o para si, enquanto o respondia lentamente, sem pressa alguma de voltar para a escuridão dos seus sonhos quando a realidade parecia tão mais quente.*

- Então foi tudo isso? Dez dias. Mas, depois de tanto tempo adormecida, meu espírito e meu corpo já repousaram mais do que o suficiente, repousaram por uma infância inteira... E você, cuidou-se? Suas vestes sugerem que ainda se machucou muito.

*Ignorava a boa intenção dele de pegá-la no colo, mantendo-se sentada no chão e o olhando malandra e convidativa, com um brilho apaixonado e juvenil.

Klaus não conseguiu se concentrar nas palavras. Quando ela vinha beijá-lo, ele parecia querer agarrá-la com os lábios, mas a deixava ir quando se retirava.

"Controle-se! Controle-se!" - era tudo o que pensava, até que percebeu que ela não o deixou passar a mão por baixo de suas pernas para levá-la para a cama e a encarou como se perguntasse o porquê e encontrou o mais surpreendente olhar que julgou que jamais veria em sua vida. Lori, com uma das alças da camisola caída levemente, sentada no chão, ao alcance do seu toque, sorria linda para ele, mais do que linda, encantadora, e sua magia vertia dominadora de seus olhos. Um encantamento que a resistência natural dos eladrins parecia incapaz de anular. Um convite para saciar sua sede, um convite para saciar a dela. Não era mais uma impressão. Era uma certeza. E como não havia dor em sua palavra nem olhar, esqueceu-se dos hematomas que ela ainda poderia carregar. Esqueceu-se das honras, méritos, cerimônias, tudo sumiu diante daquele oásis que ela lhe oferecia. Seus olhos o convidavam para um mundo onde apenas eles dois existiam e o convite, depois de tantos anos de solidão e noites repletas de desejo sem consumação, Klaus, ele próprio de coração vencido naquela noite, sorriu aliviado e feliz para Lori. Então se aproximou novamente, devagar, para voltar a beijá-la, lentamente no ínicio, como a redescobrí-la, a reacender a chama que ele havia começado a apagar entre eles, a chama que brilhava mais forte do que tudo mais que tivesse visto até hoje. Agora, somente Lori existia.

Beijou-a, recomeçando as carícias, começando pela costas, passando pelos braços e voltando pelo lado do tórax, esfregando por um momento a lateral dos seios antes de descer as mãos pela barriga, beijando-a em um misto de desgustação e pressa. Abraçou-a forte contra o peito, como se tentasse torná-los apenas um, e suas mãos se revolveram em suas costas, amassando sua camisola.

Observando os obstáculos à união, levou as mãos para as fivelas de sua armadura militar de couro, quando alguém tentou abrir a porta, mas a encontrou trancada.

Em seguida, veio uma batida na porta, seguida de uma voz feminina:

- Klaus Vestfallen? General Vestfallen, é você quem está aí? Se não abrirem essa porta em três segundos, eu serei obrigada a arrombá-la.

Klaus se ergueu em um salto, colocando a mão na espada longa que ainda carregava na cintura, pronto para proteger o repouso longo de Lori, e anunciou:

- Se sabe meu nome, também sabe que responderia uma invasão com um duelo. Arrombe-a, se estiver disposta ao preço, ou espere...

Não houve espera. A porta rangeu e quebrou à altura da tranca, abrindo-se em seguida. Do outro lado, uma mulher de cabelos brancos, orelhas de lobo, rabo de lobo, vestindo um gibão de peles de pelo branco, segurando um cetro na mão direita. Ela encarou Klaus com uma firmeza desconcertante e disse:


- Não preciso invadir. Isso é suficiente. General Vestfallen, eu vim... - e olhou para a jovem eladrin humildemente vestida, sentada no chão. - ... eu vim... - e voltou os olhos para Klaus, um tanto desconcertada, enraivecida. - O Exército dos Quatro Ventos demanda sua presença imediatamente ao serviço. Alverda está em guerra. Marechal Ledonis pediu para que eu o trouxesse de volta imediatamente... - e apontou o cetro para Klaus. - ... ou o matasse por traição ao Reinado da Primavera se se negasse. Um pedido que estou me sentindo tentada a atender.

Os olhos de Klaus se arregalaram em pavor. Guerra? Alverda, em toda sua história, enfrentou confrontos, batalhas campais, mas nunca uma guerra. O que diabos estava acontecendo?

Bastian saiu do quarto e ouviu uma discussão perto de onde estava. Viu Luna na frente de outro quarto, cetro em punho, diante da porta que ele ouviu ser arrombada um pouco antes.

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Mensagem  Lizie Dom 24 Jun 2012, 22:22


*A eladrin sentia como um balsamo sobre si quando ouvia Klaus rir, desde que aquela viagem se iniciara nunca o via dar mais do que ríspidas broncas, fora os gritos, alias, mesmo quando crianças era difícil ve-lo sorrir, sempre serio, havia sorrisos, mas risos como aquele? Não se recordava e percebia que mais do que um sentimento abafado naquele que se tornara o adulto de seu amigo de infância. Uma alegria havia ali ainda esperando para ser solta. E uma parte irreverente de si que ainda sobrevivia prometia que libertaria-o um pouco mais daquela farda invisível que Klaus vestia, apostava que mesmo os sonhos dele seriam corretos.

Correto era sem dúvida a última palavra que usaria para definir Klaus quando o beijo de ambos se encerrava e ele preparava-se para leva-la ao seu leito como a dama delicada que jamais fora. Não, havia estupefação e fogo. Seria isso que os inimigos viam quando o encontravam em batalha? O que inspirava os seus soldados nas batalhas? Tinha quase certeza que sim, pois dividia-se naquele momento entre o ímpeto de corresponder a altura e a timidez medrosa sobre aquele olhar.

Quase soltava um risinho nervoso para ver se parte daquela tensão diminuía, mas era incapaz de faze-lo. Estava aprisionada pelos seus próprios desejos e comprometida pelos seus atos. Não negaria o que queria, mas um tremor delicioso e gelado a percorria quando via a face amada cada vez mais próxima a sua. Um suspiro escapava dos lábios entreabertos que perdiam-se nos beijos lentos e intensos de Klaus. A realidade sumia, o vento frio que envolvia agora seu corpo inteiro, o mal pressagio, era mais do que nunca ignorado. Existia apenas uma imagem e os sentimentos que lutavam e acalmavam-se dentro de si.

Por isso o beijo que recebia parecia mais úmido e ao mesmo tempo mais intenso que os anteriores, controlava um gemido que sumia pela sua garganta e a faziam pernas com as sensações novas e a curvar as costas com o toque gentil de seu amado... Parecia uma luta diferente, cada beijo a fazia derreter e cada toque a lembrava de que estava inteira ali. Não sentia a pressa, apenas sentia o momento como eterno... lento e rápido demais ao mesmo tempo. Sua respiração já saia pesada quando um toque sutil encontrou a lateral de seus seios, o gemido que procurava conter, sem saber ser isso o faria parar, se a mostraria frágil perante os olhos dele. Escava rouco e lento contra os lábios de seu noivo. E essa insegurança de como deveria agir, a fazia encolher-se nos braços de Klaus ao ser abraçada. Suas mãos que estavam até então inertes moviam-se e agarram a camisa esburacada de Klaus, uma de suas mãos ate prendia-se em um dos buracos e o alargava, fazendo com que a ponta de seus dedos frios pela noite encostassem na pele dele, a qual começava a acariciar em círculos.

O gemido que antes escapara encontrava um par, o temor de seu corpo inexperente e levemente receoso, quando a mesma brisa noturna encontrou suas costas, as quais ficavam parcialmente desnudas e a levava a encolher os ombros, fazendo o tecido escorregar e revelar um pouco mais das bandagens que a cobriam.

Quando Klaus afastava-se para soltar seu cinto com três fivelas, Lori tinha as faces caídas, uma das alças da camisola estava grudada ao seu pescoço enquanto a outra tombava frouxamente por seu braço, a face acalorada exibia um brilho suave e róseo, olhos claros e enevoados a olha-lo quase cegamente, o mundo realmente não parecia importante, os lábios levemente inchados pelos beijos apressados e exigentes estavam entreabertos e uma pontinha de saliva brilhava no canto esquerdo, uma das mãos subia até o ombro de Klaus e forçava a camisa, mas fracamente, sem força de rasgar o tecido já fragilizado, enquanto a outra repousava em seu próprio estomago, como se algo nele estivesse a explodir, amassando a camisola e expondo as coxas bem torneadas e com algumas cicatrizes. Lânguida e inocente, a paixão a consumia e entregava-se tremulamente aquele sentimento que era forte demais para seu corpo.

Mas o mal pressagio era real, o frio soprava dos reinos que vinham em fogo e destruição. O casamento, o noivado, o esquecimento dos dois eladrins parecia ser punido pela criatura que batia a porta e recordava a Lori de sua promessa e Klaus de sua posição. A voz a fazia olhar atentamente para Klaus, questionando-o em silêncio o poderia ter ocorrido? Quem seria ali? Mas a resposta era ágil, dez dias eram tempo demais para uma pausa.

General e guerreira, precisavam erguer-se novamente. Lutarem e vencerem, a paz dos seus, a paz de sua missão os chamava. Ouvia a porta abrir-se com um sobressalto e recobrava os sentimentos, sua intuição e perguntava-se onde estariam suas armas.
Havia constrangimento em Lori ao ser observada por aquela que abria a porta, erguendo-se agilmente, as faces ainda quentes, o corpo ainda exigente e conhecendo o que era insatisfação. Deveria encolher-se, poderia esconder-se atrás de Klaus, mas quem seria se fizesse isso? Qual valor possuiria perante os próprios olhos se fizesse isso? Aceitava as reprimendas daquele olhar feminino com vergonha de si mesma, por ter abandonado sua missão, por ter se esquecido à que haviam ido para aquele lugar.
Pensou em responde-la, mas dirigia-se apenas a Klaus. Seria uma falta de educação, uma desonra se intrometesse nesse assunto, especialmente porque falavam de guerra. Algo rugiu em Lori naquele momento, descuidada, tola apaixonada...Uma guerra e ela aos beijos. Olhou para a mulher com mais intensidade ainda. Não haveria morte, Klaus não morreria. Mas não poderiam perder mais tempo. Partiriam.
Haviam tempos de paz, tempos de guerra. Os noivados iniciavam-se e terminavam sempre com isso em mente. O amado partindo, o amando chegando, eram duvidas de todas as mulheres. Mas Lori apenas podia pensar que naquele momento deveria mante-lo vivo.

Deixando de lado a conversa entre os dois, ninguém possuía o dom da palavra como seu amado, não haveria morte, porque não haveria resistência. E ninguém possuía o mais intenso desejo de segui-lo do que ela, por isso, caminhava ate a cama e começava a procurar sua armadura. Não havia tempo, cada minuto era um litro de sangue, cada dia uma dúzia de almas. Dez dias, quantas pessoas teriam perecido durante o seu indesejado descanso?

Um casamento podia esperar, não arrependia-se dos beijos, de sua quase entrega, apenas de sua própria tolice em esquecer os tempos em que vivia, a missão que voltara a sua alma. Mas Klaus também era a sua alma. Que partissem à guerra, ao amor. Estava pronta. E dessa vez tinha certeza de seus sentimentos, não haveria dúvida ou receio em suas lâminas.*

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Mensagem  Lucius Seg 25 Jun 2012, 08:31

- Abaixe seu cetro, mulher. Agora que sei sobre a guerra, retornarei imediatamente ao meu posto. Vá preparar os cavalos.

- Nós não iremos a cavalo. Sarya me deu um pergaminho de Teletransporte por Árvores. Estarei esperando vocês lá fora. - e voltou pelo corredor, passando pela frente da porta de Bastian, com expressão enfurecida, descendo as escadas.

Klaus olhou para o chão, como se tentatesse aceitar o que estava acontecendo. Guerra? Alverda, em toda sua história, enfrentou seus conflitos, suas batalhas campais, mas nunca uma guerra. O que diabos estava acontecendo?

Olhou com o canto dos olhos para Lori, que foi colocar os trajes de couro antes da armadura. Ela iria precisar tirar a camisola para que não atrapalhasse seus movimentos mais tarde. Encarou-a por dois segundos e andou até ela, interrompendo-a na arrumação das peças da armadura com um abraço repentino, firme. Sua expressão séria, tão diferente de segundos atrás, refletiam um rancor e uma frustração nunca antes demonstrada, e disse:

- Prepare-se, minha noiva. Estamos voltando para casa. E prometo que nossos inimigos vão pagar caro por isso.

Encostou a testa na dela por um segundo, de olhos fechados, e a soltou, saindo da sala, atrás da recém-chegada.

Klaus saiu do quarto e viu Bastian de pé. Arregalou os olhos, surpreso, e sorriu levemente. Parecia que aquela mulher havia trazido mais do que más notícias.

- É bom vê-lo acordado, Bastian. Lori está se preparando para descer. Eu vou conversar melhor com nossa mensageira.

E começou a descer as escadas atrás de Luna, que já abria a porta da taverna para esperá-los do lado de fora. Lá fora, um ar de chuva recente, um frescor da natureza subia ao ar como que evaporando pelo calor da terra, assim como a ilusão da paz que desaparecia entre eles.
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Mensagem  Fabricix Seg 25 Jun 2012, 12:19

Bastian só observou a pequena discussão, depois de quase sacar sua arma pelos barulhos de porta sendo forçada. Deixou a Luna passar, se perguntando o porque de toda a irritação. Klaus sai em seguida e devolve a surpresa dele com a costumeira expressão impassível ao responder:

- É bom estar acordado... Conhece a mulher lobo? Geniosa ela não? Ja que vai falar com ela, aproveite e pergunte porque a cauda e as orelhas permanecem na forma humanóide dela. Eu ja descerei.

Bastian sorri levemente ao dar um leve tapa nas costas de Klaus e passar por ele em direção ao quarto de onde ele saiu e coloca a cabeça para dentro do quarto esperando encontrar Lori.

- Ranger entrando... Isso é uma cortesia, ja que fui treinado para não ser notado... Será que a pedra na cabeça te deu Juízo guerreira? Espero que não tenha te deixado mais lerda pois estamos com pressa.

Lori verá Bastian dando um sorriso com uma leve pitada de sarcasmo e espera a resposta dela antes de descer para o estabulo e apanhar Epona para ir até a arvore-coração... Até Sarya.

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Mensagem  Lizie Seg 25 Jun 2012, 18:46


*Com o momento de encanto partindo-se com se levasse um coice de um cavalo. Lori sentia seu mal gênio reacender e a fazer torcer os lábios inconformada. Afinal, quem aquela criatura de rabo e orelhinha pensava ser para arrombar o seu quarto, e o pior, para ameaçar o seu noivo?

Resmungando baixinho Lori enfim encontrava suas armas e a sua armadura. E sem realmente lembrar-se de que havia algum empecilho para isso, ou mesmo que a honra de seu noivo era um pouco maior do que a média. Estava com as mãos cruzadas na altura da barriga, segurando o tecido com a ponta dos dedos, a poucos segundos de retira-la quando Klaus retornava.

Soprando uma mecha incomoda do rosto, Lori olhava-o com a mesma expressão de frustração e rancor, soltava a camisola e retribuía o abraço com um misto de delicadeza e força desnecessária, como se não soubesse ou imaginasse, como seria o certo para abraça-lo.*

-Ao menos será rápido. Precisam de nós e devemos lembrar que temos uma missão..

*Não queria falar isso, mas sua consciência culpada falava mais alto. Mas o tempo importava igualmente para Klaus que possivelmente ia falar com aquela criatura estranha, planejando, antecipando e reconhecendo a situação, essa era a vida de um Warlord. Parecia naquele momento muito mais simples ser apenas uma guerreira.

Sozinha, garota retirava rapidamente a camisola e sem preocupar-se em dobra-la começava a vestir suas velhas e levemente rasgadas roupas, estava abotoando sua camisa , a calça já vestida quando a cabeça de Bastian apareceu pela porta. O mal humor da eladrin diminuiu consideravelmente ao ve-lo vivo e com um sorrisinho brejeiro de lado, respondia ao sarcasmo com uma voz alegre.*

- Meu bom guia. Realmente mantenha-se gentil ao se esgueirar ao quarto de uma dama, afinal, uma boa lamina ela pode ter. mas apenas ve-lo já o perdoaria por todo o resto. Ah aquela pedrinha? Posso ter dormido mais do que o necessário, mas estou com mais energia do que nunca e mais pronta a seguir do que antes. E como se sente? Pronto para o que vier?

*Enquanto conversavam, Lori terminava de vestir-se, colocando sua armadura e empunhando suas armas. Inteira, era assim que sentia-se e um sorriso confiante surgia em seus lábios. E era com ele a representa-la que saia do quarto e procurava por Klaus e pela estranha.*


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Le Dulce - Estalagem Warren Empty Re: Le Dulce - Estalagem Warren

Mensagem  Lucius Seg 25 Jun 2012, 21:35

Fabricix escreveu:- É bom estar acordado... Conhece a mulher lobo? Geniosa ela não? Ja que vai falar com ela, aproveite e pergunte porque a cauda e as orelhas permanecem na forma humanóide dela. Eu ja descerei.

Klaus olhou com o canto dos olhos para Bastian. Ele não pareceu com ânimos para brincadeiras, mas, ao olhar para frente, respondeu:

- Claro. E aproveito pra dizer pra ela que meu amigo ranger ficou muito interessado na cauda... e no resto dela. Ela pode acabar abanando o rabo pra você, não acha?

E seguiu seu caminho escadas abaixo, sem se virar mais.

Quando Lori e Bastian saíram pela porta principal da taverna, eles viram que uma luz esverdeada esvanecia no ar, enquanto Luna olhava para as mãos, agora sem machucados, ainda com expressão irritada.

- Mortos-vivos? E guiados por invasores de outro plano, você diz. Mais alguma informação?

Luna cerrou ainda mais as sobrancelhas e falou, olhando para o nada:

- A única coisa que eu sei é que uma noite, há três dias, um bando de esqueletos e zumbis começaram a vagar por Faérinn, enquanto assassinos de pele cinza e piercings atacavam postos militares dos eladrins... e matavam qualquer fada ou sátiro ou criatura feérica depois de aniquilarem a resistência eladrin. Meu clã... meu clã tentou deter os invasores, salvar os povo-fada... os mortos-vivos caíam ao nossos pés como cordeiros, mas... mas os assassinos nos pegaram de surpresa... o alpha do meu clã... o alpha... ele disse que eu deveria proteger Sarya, que nos acolheu quando chegamos perdidos em Faerinn e eu fui... Eu fui até Sarya, corri desesperada, e ainda tenho na boca o gosto da carne podre e dos ossos como lembrança da luta que foi chegar até o pequeno bosque que ela protege. Ela apareceu para mim e foi quando ela me disse "Vá para o oeste, procure por Bastian" e me entregou uma camisa que ele deixou com ela e um pergaminho mágico. Depois ela me disse para achar Marechal Ledonis e ajudá-lo como eu pudesse, porque não tínhamos chances de vencer sozinhos. Ela disse que ia se esconder entre as árvores, fora do alcance dos invasores, mas que não poderia se esconder para sempre. - Luna cerrou os punhos e dentes a mostra. - Maldição! Malditos! Eu não pude fazer nada além de correr o mais rápido que pude, me esquivando de flechas e adagas, até que cheguei em Crisálida e achei Marechal Ledonis. Então ele me disse que não podia pedir minha ajuda para lidar com aquela guerra, mas que tinha um favor a me pedir, já que eu estava indo atrás de Bastian. Disse que General Vestfallen deveria estar com ele e que eu deveria chamá-lo de volta... ou fazer o favor de matá-lo por traição ao Reinado. Isso é tudo o que eu sei.

Então Luna se aproximou de um carvalho no meio de uma praça próxima e falou:

- Agora se preparem que vou nos teleportar direto para o bosque de Sarya.

- Isso seria uma tolice. - a voz de Klaus parecia não admitir uma ideia em contrário. - Estes assassinos devem estar procurando por sinais de Sarya ao redor do bosque e morreríamos segundos depois de chegarmos lá. Leve-nos para Crisálida, ou vá sozinha. Nós teremos mais chance se formos a cavalo do que se seguíssemos você. O que vai ser, mulher?

Luna expôs os dentes novamente, dizendo em seguida:

- Meu nome é Luna!

- Obrigado por me contar. Então, Luna, o que vai fazer?

- Você pretende abandonar Sarya?!


- De forma alguma. Eu, Klaus Vestfallen, 12º descendente da Casa de Twilight, prometo que empenharei todos os meus esforços para salvar a Donzela Guardiã das Flores de Faérinn, Sarya, assim que nós tivermos alguma chance de salvá-la. Isto é suficiente para você?

Luna franziu as sobrancelhas, julgando se poderia se agarrar naquelas palavras como sua melhor chance, e finalmente disse:

- Se não cumprir sua palavra, eu juro que te mato. - e começou a ler o pergaminho de couro.

Klaus se virou para Lori e Bastian, dizendo:

- Estamos partindo logo. Se tem alguma coisa a fazer aqui ainda, façam agora. E quando sairmos pela árvore do outro lado, estejam prontos para lutar.


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Mensagem  Fabricix Ter 26 Jun 2012, 02:09

- Claro. E aproveito pra dizer pra ela que meu amigo ranger ficou muito interessado na cauda... e no resto dela. Ela pode acabar abanando o rabo pra você, não acha?

- É mais provavel ela apresentar os dentes para o meu pescoço. Espero que os ânimos estejam mais calmos Klaus... Não precisamos de mais inimigos.

- Meu bom guia. Realmente mantenha-se gentil ao se esgueirar ao quarto de uma dama, afinal, uma boa lamina ela pode ter. mas apenas ve-lo já o perdoaria por todo o resto. Ah aquela pedrinha? Posso ter dormido mais do que o necessário, mas estou com mais energia do que nunca e mais pronta a seguir do que antes. E como se sente? Pronto para o que vier?

- Melhor agora... E ansioso por saber dos ultimos acontecimentos... Vamos.

Bastian se recosta ao lado da porta e ouve toda a história. O ranger parecia mais carrancudo que o habitual ao ouvir o pedido de Sarya. Tocava o pingente que fora seu presente e Sentia cada vez mais a necessidade de partir... Mas parece que Klaus tinha outros planos e outra missão a cumprir. Bastian por fim se manifesta, olhando para Klaus:

- Klaus, se tens vosso dever a cumprir com teu povo, tenho uma vida a dever para Sarya. Meu lugar é na floresta e ajuda-la... Ela chamou a mim e pretendo atendê-la. Aonde quer que esta magia me leve, irei de encontro a donzela das flores sem demora.

Olha para Luna.

- Agradeço por me trazer a mensagem de Sarya... Irei até ela sem mais demoras. Espero que a magia possa levar minha ègua junto...

Bastian pretende pegar Epona no estabulo antes de partir e se dirige ao mesmo a passos rápidos.

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Mensagem  Lizie Qua 27 Jun 2012, 18:38


- Não sei se estou tão ansiosa quanto você, amigo. Essas noticias serão de dor e sangue...Mesmo sendo como sou, lutando como luto, não me alegro da necessidade de meus serviços...Especialmente quando acontece tão perto de casa.
*A eladrin respondia soturnamente a Bastian enquanto terminava de se vestir. Os gestos mecânicos e aperfeiçoados com os anos de práticas diárias. Em poucos minutos tinha sobre si a sua armadura completa, espada na cintura e escuro no antebraço. Estava pronta. Talvez menos do que antes, menos até do que em sua primeira batalha. Mas nunca concebera a possibilidade de voltar atrás, de desistir de suas ações e procurar o caminho mais fácil Não. Havia batalhas demais para serem vencidas para que pudesse ignorar as próprias habilidades.

Saindo do quarto com Bastian era fácil localizar a estranha criatura, e incomoda também, com Klaus. Era como se sutilezas não fossem mais permitidas e com os lábios apertados em demonstração de sua determinação. Seguia silenciosamente até lá. E silenciosamente se mantinha a medida que escutava os relatos aterradores. Chegava a dirigir um olhar de lado ao humano, relembrando-o de suas palavras anteriores. Mas que pessoa sem coração e arrogante alegra-se da própria assertividade? Não ela. Por isso, apenas mantinha-se em silêncio, mesmo quando os dois começavam a debater.

Para Lori não fazia sentido irem a cavalo, chegarem mais cansados e anunciarem com seus cavalos em quantos eram, ou em quanto tempo iriam chegar. Mas tendo prometido estar ao lado de Klaus e a protege-lo, via-se mordendo os lábios para conter uma resposta afiada e bem posicionada. Estava de acordo com Luna, deveriam ir e rápido. Flechas, assassinos, antes ou depois iriam encontra-los e serem alvos.
Quase concordou em ir com o ranger quando esse se pronunciou. Mas promessas e dividas eram coisas complicadas. Esperava poder explicar-se depois para Sarya...*

-Nada a fazer aqui. Partiremos agora, Bastian e... Luna. Fiquem vivos e mantenham os que encontram a salvo. Nós já vimos zumbis demais pra uma viagem, só. E eu nunca gostei de ver a mesma historia duas vezes...Assim que eu e Klaus chegarmos, resolveremos tudo. Desejo a vocês, boa sorte e uma boa viagem. Que um certo alguem não esteja tão certo assim sobre sua previsão.*Apesar de tentar com toda a força que possuía, uma força inclusive vinda do amor. A contrariedade sobre o plano de Klaus aparecia naquela singela e ultima frase.*

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Mensagem  Lucius Qua 27 Jun 2012, 21:12

Fabricix escreveu:- Klaus, se tens vosso dever a cumprir com teu povo, tenho uma vida a dever para Sarya. Meu lugar é na floresta e ajuda-la... Ela chamou a mim e pretendo atendê-la. Aonde quer que esta magia me leve, irei de encontro a donzela das flores sem demora.

Olha para Luna.

- Agradeço por me trazer a mensagem de Sarya... Irei até ela sem mais demoras. Espero que a magia possa levar minha ègua junto...

Bastian pretende pegar Epona no estabulo antes de partir e se dirige ao mesmo a passos rápidos.

Klaus olhou para Bastian um tanto contrariado, mas não se repetiu. Já havia dado sua opinião sobre o assunto e não se sentiu no direito de retrucar.

Luna arregalou os olhos de alegria enquanto Bastian falava! Alguém parecia concordar com ela, finalmente!

- Sim, podemos levar sua égua! A magia é poderosa o suficiente. Então deixamos os eladrins com seus problemas em Crisálida e depois partimos para o Bosque das Rosas.

Klaus apenas olhou para o chão ao ouvir essas palavras.

Lizie escreveu:- Nada a fazer aqui. Partiremos agora, Bastian e... Luna. Fiquem vivos e mantenham os que encontram a salvo. Nós já vimos zumbis demais pra uma viagem só. E eu nunca gostei de ver a mesma historia duas vezes...Assim que eu e Klaus chegarmos, resolveremos tudo. Desejo a vocês, boa sorte e uma boa viagem. Que um certo alguem não esteja tão certo assim sobre sua previsão. *Apesar de tentar com toda a força que possuía, uma força inclusive vinda do amor. A contrariedade sobre o plano de Klaus aparecia naquela singela e ultima frase.*

Klaus encarou Lori, sério por dois segundos, e depois sorriu, fracamente.

- Seria muito bom se este certo alguém estivesse errado, mesmo. Mas aproveitando o momento, - e se virou para Bastian. - Eu gostaria de dizer que foi uma honra tê-lo lutando ao nosso lado nestes tempos. Eu respeitosamente lhe agradeço, Bastian, e tenha certeza de que para sempre ficará nos registros de nosso Reinado a honra e auxílio que um humano foi capaz de nos prestar. Que bons ventos o levem, aonde quer que vá.

Logo depois, Bastian está com Epona à frente do carvalho e Luna lança a magia do pergaminho sobre a árvore, que ganha um leve brilho dourado, pulsante.

- Chegou a hora. - disse Luna, e atravessou o carvalho.

Klaus fez sinal para Bastian ir em seguida, com Epona. Depois que estes dois passaram, ele olhou para Lori e disse:

- O que quer que aconteça, fique perto de mim. Vai ter que fazer isso, se quiser me proteger. Eu não vou mais me preocupar em ficar vivo. Minha única preocupação agora é salvar nosso povo, salvar nosso mundo. Vamos, Lori. Nossa nação nos espera. - e atravessou o carvalho.
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